quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Há um vendaval de morte gravitando a órbita do seu olhar: Duplo furo pro futuro: 
"El infierno es demasiado dulce".
E ai se fundem portos, afundam navios, dançam anjos sobre a ponta da agulha.
Um vendaval no horizonte cruzado de barcos vermelhos.
Talvez os escribas sumérios houvessem tentado prender os 99 infernos dos teus olhos no vão do barro em vão.
Talvez os filhos da terra só possam se alimentar de cimento.
Há um pavilhão de exércitos esquecidos da dupla chama da fogueira dos teus olhos.
E vendavais nascem e morrem em seus convés alimentando as dunas desassossegadas do deserto azul.
Que alicia suas vítimas com mãos de vento.
Na órbita do teu olhar gravitam monstros que lutam diariamente para manter a chama da vida.
Há um carrossel, um temporal de santos colhendo frutas no pomar eclipsado de véus rasgados.
Um vendaval sem nuvens dobrado sobre si mesmo formando as voltas intermináveis do corpo nu da bestial e gemente mulher insaciável do bosque que se localizam no ardor negro entre a terra e as estrelas.
Há um leque contorcido entre as sombras e os destroços do templo se escondendo na tirania do estilhaçamento inevitável
dos teus passos.

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