Seu cheiro de mata molhada revira os confins da cabana incendiada de 2012 e vem aliciar as paredes do quarto onde anoto os nomes do fogo.
Por acidente nascem e morrem galáxias.
O cheiro dos teus cabelos penetra a visão do céu de março e forma signos indecifráveis na nuvem que atinjo com flecha sempre que necessito destruir sombras que se agrupam no armário empoeirado onde há anos encontrei uma família de ratos vermelho-bebê, mortos.
Seu cheiro de matagal cortante, colonhão que se alastra pelas entranhas do poema que evito - ladainhas idiotas que trazem lágrimas aos idiotas.
E quando tropeço em sua luva esquerda repleta de secreção de amorzinho, mosquitos e cinzas de fogueira seminútil, sorvo um gole a mais do vinho do destino de todas as coisas.
E seu vestido leve leve está em todas as coisas
Tanto tanto
Que prescindo de ti.
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