segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Seu cheiro de mata molhada revira os confins da cabana incendiada de 2012 e vem aliciar as paredes do quarto onde anoto os nomes do fogo.

Por acidente nascem e morrem galáxias.

O cheiro dos teus cabelos penetra a visão do céu de março e forma signos indecifráveis na nuvem que atinjo com flecha sempre que necessito destruir sombras que se agrupam no armário empoeirado onde há anos encontrei uma família de ratos vermelho-bebê, mortos.

Seu cheiro de matagal cortante, colonhão que se alastra pelas entranhas do poema que evito - ladainhas idiotas que trazem lágrimas aos idiotas.

E quando tropeço em sua luva esquerda repleta de secreção de amorzinho, mosquitos e cinzas de fogueira seminútil, sorvo um gole a mais do vinho do destino de todas as coisas.

E seu vestido leve leve está em todas as coisas
Tanto tanto
Que prescindo de ti.

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